BILL RUSSEL AGORA ELOGIA O MIAMI, QUE DEVERÁ TER O LAKERS COMO ADVERSÁRIO NA FINAL DA PRÓXIMA TEMPORADA
Bill Russell, depois de ter rasgado elogios a Joakim Noah, a quem ele considera um dos jogadores que o fazem assistir atentamente a uma partida da NBA, Russell, dizia eu, agora falou sobre o Miami. Disse que o time do sul da Flórida está usando uma estratégia semelhante à de seu Boston Celtics. Seu Boston que na verdade era também do técnico Red Auerbach (ambos na foto acima), o grande mentor daquele esquadrão que formou a maior dinastia da história da NBA.
O C’s de Russell, se você não sabe ou se esqueceu, ganhou nada menos do que 11 títulos. Era uma máquina de jogar basquete. Quer dizer: segundo a visão deste que para muitos é o segundo maior jogador da história da NBA (atrás apenas, obviamente, de Michael Jordan), o Heat está no caminho certo.
E no que consiste a tática do Miami? Contratar veteranos para gravitarem ao lado de seu núcleo, composto pelos Três Magníficos: LeBron James, Dwyane Wade e Chris Bosh. Mas ele alertou: é preciso contratar os jogadores corretos; caso contrário, se eles não se engajarem no projeto (como costuma dizer Wanderley Luxemburgo), tudo se rui.
Há pelos menos três grandes jogadores permeando os Três Magníficos: Shane Battier (que completará sua segunda temporada), Ray Allen (campeão em 2008 com o C’s) e Rashard Lewis (um vice-campeonato com o Orlando em 2009).
O Miami está realmente muito forte. E pelo que vejo, parece-me o único time capaz de competir com o Lakers de Kobe Bryant, Pau Gasol e Dwight Howard em pé de igual; ou melhor, vejo o Heat num patamar acima em relação ao Lakers e isso se deve à presença de um jogador: LeBron James.
LBJ superou o trauma de “morrer na praia”. Ganhou o anel de campeão na temporada passada, conquistou sua segunda medalha olímpica em Londres e está cheio de moral. E de saúde também. É, sem dúvida alguma, o grande jogador da NBA na atualidade.
Sinceramente? Acho mesmo muito difícil que algum jogador da NBA no momento consiga suplantá-lo. Nem mesmo Kobe, que tenta provar que não está no ocaso de sua carreira.
A adição de D12, todavia, dará nova vida ao Lakers; e igualmente a Kobe e a Gasol também. Os dois irão se beneficiar de sua imponência no garrafão ofensivo. E no defensivo, D12, todos nós sabemos, é uma máquina de defender.
Aqui pode estar o calcanhar de Aquiles do Miami em relação ao Lakers. CB1, ao que tudo indica, será o pivô do time nos playoffs. Erik Spoelstra vai usar pivôs de ofício durante a fase de classificação, mas quando os playoffs chegarem, ele deverá passar Bosh para o pivô, usando LBJ, Battier e Lewis como ala de força (LBJ nem tanto), como, aliás, ele fez no campeonato passado.
Com isso, eu fico aqui matutando: CB1 terá forças para atacar o garrafão do Lakers com D12 lá dentro? Acho difícil; é como dar murros em ponta de faca, perdoem-me o clichê, mas ele é bem apropriado à situação. E o que CB1 tem que fazer? Abrir; ou seja: jogar aberto, tirar D12 de sua zona de conforto, obrigá-lo a correr. D12 é ágil, mas não sei se ágil o suficiente para marcar CB1 fora do garrafão.
Por isso, se o Miami, em uma provável final de NBA contra o Lakers, quiser machucar o time californiano, CB1 terá que ser esperto ofensivamente.
Mas e defensivamente? Bosh não tem a menor condição de marcar Dwight.
O Miami procura Susan desesperadamente; isto é, tenta encontrar outro pivô para ajudar Joel Anthony e Dexter Pittman, os dois únicos de ofício com contrato com a franquia. Falou-se naquele pivô de Kentucky que jogou a temporada passada pelo New York e que agora eu não me lembro o nome. Há Udonis Haslem, corajoso, mas ele é uma migalhinha perto de D12.
Portanto, como disse, o calcanhar de Aquiles do Miami está em encontrar soluções para driblar a presença de Dwight Howard. Gasol não é tão problemático assim, pois CB1 e Udonis vão brigar de igual para igual com ele. E Kobe será vigiado por LeBron e Battier.
Vamos inverter a análise? Vamos analisar o quadro do ponto de vista do Lakers?
Quem vai conter LBJ? Metta World Peace? Boa resposta; MWP é forte, valente e seu jogo mental é muito interessante. Não chega a ser um Dennis Rodman, pois ele, no calor de um embate, às vezes costuma perder as estribeiras. E quando isso acontece, ele prejudica o time. The Worm não fazia isso. Por isso também, para mim, ele é o maior PF que vi jogar e o maior na história da NBA. Minha opinião; ponto final; ninguém vai mudá-la. Portanto, não gastem saliva.
Voltando ao embate entre MWP e LBJ, o velho Ron-Ron pode ajudar a minar King James. Kobe? Nem pensar; Black Mamba tem que vigiar D-Wade. Por falar em Dwyane, será ele o encarregado de marcar Steve Nash? É… tem Nash também, como eu me esqueci? Quem vai marcá-lo? LBJ? LBJ não é onipresente — nenhum ser humano é, apenas Deus.
Portanto, se LBJ for marcar Kobe, alguém terá que grudar em Nash. Ou será que Spo vai deixar Shane em cima de KB e LBJ na cola do canadense? É, pode ser uma alternativa.
Mas voltando a LeBron, eu pergunto: e quando MWP cansar ou ficar carregado com faltas? O que fazer? Não há o que fazer, pois o Lakers não tem ninguém mais no elenco capaz de marcar LBJ. Nem Kobe. Kobe é bom para marcar D-Wade, esses shooting guards. Vigiar alas ele tem dificuldades, pois: 1) não tem tamanho; 2) está em declínio físico.
Se D12 é um problema para o Miami, LBJ será um tormento para o Lakers.
Enfim, rapaziada, neste domingo de muito sol, cerveja gelada, eu apenas comecei a conversar. Espero que vocês deem sequência ao assunto. Aguardo ansiosamente pelas mensagens.